COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

REGIONAL MATO GROSSO DO SUL

Esperança e fraternidade para seguir em frente: CPT-MS realiza assembleia regional

 

Evento aconteceu nos dias 13 e 14 de abril, em Rio Brilhante (MS), e reuniu agentes, lideranças camponesas e indígenas do estado

 

No último final de semana, dias 13 e 14 de abril, a Comissão Pastoral da Terra no Mato Grosso do Sul realizou sua Assembleia Regional, contando com a participação de lideranças camponesas e indígenas, agentes, parceiros e colaboradores. O evento aconteceu na Escola Família Agrícola (EFAR) Rosalvo da Rocha Rodrigues, em Rio Brilhante (MS),

A Assembleia abriu suas atividades com uma mesa de análise de conjuntura sobre os desafios e demandas políticas dos povos do campo no Mato Grosso do Sul. Participaram da mesa Carlos Lima, coordenador nacional da CPT; Matias Rempel, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI); Gleice Jane, deputada estadual do MS pelo PT; Antônio Baiano, da CPT de Goiás, Atiliana Brunetto, assessora de Participação Social e Diversidade do Ministério das Mulheres do governo federal; Claudinei Barbosa Medeiros, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no MS; Humberto de Mello Pereira, secretário executivo de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais do governo estadual; e Marcos Roberto Carvalho, diretor executivo da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).

“Já estive em muitos espaços da CPT pelo nosso país e percebo o quanto somos diversos, mas também vejo que temos características e valores que nos fazem iguais, que nos unem, que nos fazem Pastoral”, destacou Carlos Lima, da coordenação nacional da CPT, que tratou das ameaças que a conjuntura política do país apresenta para os trabalhadores rurais que lutam pela reforma agrária.

Além do debate sobre a situação agrária no MS e no país, agentes e equipes da CPT apresentaram os projetos e ações da Pastoral que foram realizados no último triênio e que estão planejados para o próximo. Um dos destaques da apresentação foi a partilha dos resultados do projeto “Tembiu Porã”, que na língua Guarani significa “boa alimentação”, que beneficiou mais de 300 famílias camponesas e indígenas nos últimos três anos.

“O projeto colaborou com a implementação de sistemas agroflorestais (SAF), práticas de apicultura e roças que contribuíram para a garantia da soberania alimentar e geração de renda nos territórios, totalizando a produção de mais de 300 toneladas de alimentos no último triênio”, explica Valdevino Santiago, um dos coordenadores da CPT-MS na gestão que se encerra em abril de 2024.

Além das atividades com a produção camponesa e agricultura familiar, a CPT-MS também executou ações relacionadas ao combate aos agrotóxicos, suporte a famílias atingidas pela mineração, formação e articulação com mulheres camponesas, recuperação de nascentes, produção de materiais educativos, denúncias, documentação e suporte a conflitos agrários ocorridos no estado.

Cabe destacar a participação da nova equipe da CPT baseada em Corumbá (MS), no oeste do estado, com atuação em territórios rurais da região. Após a realização de um processo formativo com os agentes voluntários da localidade, em março de 2024 a equipe foi oficialmente apresentada ao Bispo da região, Dom Francisco, e integrada a Comissão Pastoral da Terra.

Eleição da nova coordenação e conselho regional

A Assembleia se encerrou com a eleição da nova coordenação da CPT-MS. Para o conselho regional foram eleitos Mieceslau Kudlavicz, Maria de Fátima Ferreira e Antônio Baroni Rocha. Para a coordenação regional a Assembleia elegeu Rosani Santiago, Sergio Pereira e Sirlete Lopes.

Rosani, que tomará posse na coordenação da CPT-MS a partir de maio, partilhou sobre a sua motivação para assumir a coordenação da Pastoral. “Vamos seguir com a nossa missão de enfrentar o agronegócio que destrói o pequeno agricultor, que avança sobre as terras indígenas. A nossa assembleia foi um momento de muita partilha, de animação e de reafirmarmos coletivamente o nosso compromisso com os povos da terra, das águas e das florestas”, destaca a coordenadora.

Conselho e coordenação regional eleitos em assembleia (Foto: CPT-MS)

 


Texto e fotos: CPT-MS

Campanha Contra a Violência no Campo é lançada em Mato Grosso do Sul

Na última segunda-feira, 8 de maio, a Campanha Contra a Violência no Campo foi lançada em Mato Grosso do Sul. O evento aconteceu na sede do Armazém do Campo, em Campo Grande, e contou com a participação de diversos movimentos sociais e sindicais, autoridades, lideranças indígenas e camponesas, além de professores e pesquisadores universitárioCom mais de 60 entidades integrantes no Brasil, a Campanha chega ao MS para se configurar como uma ação coletiva de enfrentamento às violências e aos conflitos que sofrem as populações camponesas, com ações e políticas de proteção das comunidades tradicionais, dos povos originários, dos campesinatos, das florestas e das águas.

As ações da plataforma estão em andamento a nível nacional desde agosto de 2022, quando foi lançada em Brasília. Durante este ano de 2023, o objetivo da Campanha é se organizar e estruturar nos estados. É o que explica Carlos Lima, coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), durante o evento de lançamento estadual.

"Nós chamamos esse processo de enraizamento, e tem como objetivos, entre outros, denunciar todas as formas de violência contra os povos do campo, reivindicar políticas públicas de proteção e promover uma cultura de paz, com justiça social", explica o coordenador da CPT.

Na oportunidade, a CPT fez também o lançamento de sua publicação anual Conflitos no Campo Brasil 2022, que trouxe dados alarmantes sobre a escalada da violência no país e no estado, registrados no último ano. Em 2022 foram registrados 75 conflitos em Mato Grosso do Sul, envolvendo 59.152 pessoas, sendo que destas, seis foram assassinadas, todas indígenas dos povos Guarani e Kaiowá. Estes dados colocaram o estado em 3º lugar no ranking nacional da violência no campo.

Um dos momentos fortes do evento foram os depoimentos. Presente na mesa de debate, uma liderança quilombola* relatou a violência provocada pelos latifundiários que envenenam as águas e as plantações com o uso de produtos agroquímicos. Exames na água que as famílias consomem identificaram 12 tipos de agrotóxicos que são usados nas lavouras de soja e milho próximas da comunidade.

Outra liderança* participante do evento, do povo Guarani Nhandeva, relatou as constantes ameaças que sofrem por parte dos fazendeiros com quem disputam seus territórios ancestrais, e por parte da própria polícia, que ao invés de proteger, na maioria das vezes, é quem agride as populações indígenas, colocando em risco a vida das pessoas para defender o lucro e a ganância daqueles privilegiados que enriqueceram às custas do Estado e da exploração dos recursos naturais e da mão de obra escrava.

Para encerrar a noite de lançamentos os participantes puderam assistir a uma emocionante apresentação do coletivo Imaginário Maracangalha e também a apresentação do violeiro e cantor Nicholas Silva.

A ação foi uma iniciativa da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRI), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) e da Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (CONAQ).


*Os nomes das lideranças que participaram da mesa de debate não foram revelados por questões de segurança

Texto e imagens: Equipe CPT-MS

Comissão Pastoral da Terra Realiza Assembleia Regional

A Comissão Pastoral da Terra – Regional Mato Grosso do Sul (CPT- MS), realizou nos dias 28, 29 e 30 de abril sua Assembleia Anual de Avaliação e Planejamento. O evento aconteceu na Escola Família Agrícola EFAR, em Rio Brilhante e contou com a participação de 72 pessoas, entre agentes, trabalhadores/as e convidados/as.

A programação teve momentos de celebração, análise de conjuntura, apresentação dos trabalhos realizados pela entidade, além da definição de ações a serem assumidas e incorporadas no planejamento da CPT para o próximo período.

Contribuíram na assessoria, as professoras Gaby e Judite Stronzak, o professor João Carlos de Souza, o Advogado indigenista Anderson Santos e o Deputado Pedro Kemp, que debateram a conjuntura social, política, econômica e eclesial. O representante e membro da Coordenação Nacional da CPT, Carlos Lima, falou sobre os conflitos e sobre a Campanha Contra a Violência no campo, realizada pela CPT e por um conjunto de organizações sociais. A agente Carolina Motoki discorreu sobre a Campanha Permanente Contra o Trabalho Escravo e os desafios da CPT neste momento de acirramento da exploração e de degradação das condições de trabalho, especialmente no campo, envolvendo as populações tradicionais e camponesas mais isoladas.

A partilha e a troca de produtos, sementes, frutos, experiências e saberes foi um ponto forte desta assembleia.

 

 

Movimentos e Pastorais Sociais lançam Campanha contra Violência no Campo e publicação anual sobre conflitos agrários no Mato Grosso do Sul

MS é o terceiro estado que mais registrou assassinatos decorrentes de conflitos no campo em 2022

No dia 8 de maio, segunda-feira, às 18h (horário de MS), será apresentada ao público a Campanha contra Violência no Campo e a publicação anual “Conflitos no Campo Brasil 2022’’, que traz dados alarmantes sobre a violência no campo no país e no estado, registrados no último ano. O evento acontecerá no Armazém do Campo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em Campo Grande (MS).

Em 2022, de acordo com a publicação “Conflitos no Campo Brasil”, o Mato Grosso do Sul registrou 165 conflitos no campo, envolvendo mais de 40 mil pessoas nessas ocorrências. No total, no ano passado, foram 6 assassinatos registrados, todos de pessoas dos povos Guarani e Kaiowá - o que coloca o MS como o 3º estado brasileiro que mais contabilizou mortes em decorrência de conflitos no campo. 

Roberto Carlos de Oliveira, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), destaca a importância do lançamento da Campanha e da publicação no MS. “Há mais de 40 anos o trabalho de registro do Centro de Documentação da CPT joga luzes para o cenário de violência e impunidade que as populações camponesas e povos originários sofrem em nosso país. O que os povos indígenas estão enfrentando em nosso estado é um verdadeiro genocídio”, destaca.

Lançada a nível nacional em agosto de 2022, a Campanha Contra Violência no Campo chega ao MS para se configurar como uma ação coletiva de enfrentamento às violências e aos conflitos que sofrem as populações camponesas, com ações e políticas de proteção das comunidades tradicionais, dos povos originários, dos campesinatos, das florestas e das águas.

O evento é uma iniciativa da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRI), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), e demais movimentos e Pastorais Sociais que compõem a Campanha.

O lançamento será aberto ao público e contará com mesa de debate com a participação de representantes dos povos camponeses e indígenas, depoimentos dos movimentos e pastorais sociais, além da apresentação dos dados da publicação. A publicação Conflitos no Campo pode ser acessada gratuitamente no site da CPT.


Serviço:

Lançamento da Campanha contra Violência no Campo e da publicação anual “Conflitos no Campo Brasil 2022’’

Data e horário: 08/05, às 18h (horário de MS)

Local: Armazém do Campo do MST (entrada franca)

Endereço: Rua Juruena, 309 - Vila Taquarussu, Campo Grande – MS

Contato de imprensa: Bruno Santiago / 11 99985 0378